quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Capitulo 4 - "Confusão"

Cheguei a casa e dirigi-me imediatamente para o quarto. Deitei-me sobre a cama ainda a chorar e a olhar para os bilhetes e o anel de noivado. As lágrimas não secavam, nem sei como conseguia chorara tanto. A decisão ia ser complicada, por uma lado eu não queria sair de Portugal, não queria deixar a Sara sozinha, nem ausentar-me  do trabalho durante tanto tempo. Mas por ouro lado o Gui preparou-me esta viagem para nós dois, e ele se a preparou é porque queria que eu fosse.
- Que confusão. Mas porque é que isto aconteceu - olhei uma foto do Gui
Pensei, pensei e não cheguei a uma conclusão... Por mais que tentasse havia sempre prós e contras e eu não conseguia perceber quais os mais fortes para mim, os que me fizessem tomar uma decisão a favor de um desses.
Arrastei o meu o meu corpo até á casa de banho e depois até ao chuveiro. As lágrimas confundiam-se com a água que corria pelo meu rosto e pelo resto do meu corpo.
Tomei um banho super demorado, acho que nunca tinha ficado tanto tempo debaixo de um chuveiro. Sequei-me e fui como que arrastando o meu corpo de novo para junto do roupeiro. Peguei umas calças e numa camisola do Gui, não sei porquê mas sentia-me  mais perto dele, sentia o perfume dele que ainda reinava naquela t-shirt, fazia-me sentir minimamente melhor, porque bem á que não iria conseguir estar nos próximos tempos.

- Posso? - disse a Sara abrindo um pouco a porta, deixando um pequeno espaço por onde se inclinou e me falou antes de entrar.
Apenas assenti, o que ela entendeu muito bem como aprovação para entrar no quarto.
Sentei-me na cama e ele segui-me, sentando-se do meu lado... ela olhou os bilhetes e o anel que se encontravam em cima da mesinha, pegou o bilhete e olhou-me.
- Já tomaste alguma decisão?
- Não sei o que pensar, não sei o que fazer. Não consigo decidir nada. Tens a resposta?
- Não! Essa resposta és só tu que a podes ter, és a única pessoa que pode saber o que é ou não melhor para ti, ninguém sabe como te estás a sentir, nós fazemos uma pequena ideia, mas não sabemos o que estás a sentir realmente .
- Dói tanto - tombei a minha cabeça de modo a embater no ombro da Sara, onde uma lágrima me escorreu pelo rosto.
- Oh amor, não fiques assim
- Queres que fique como? Eu queria que ele estivesse aqui comigo. Já não sei viver sem ele.
- Faz esta viagem - fiquei a olhar para ela, estava confusa - Vai fazer-te bem saíres daqui, conheceres novos sítios  novas pessoas, afastares-te de tudo isto, por um tempo
- Eu não quero deixar-te aqui sozinha... E eu tenho que trabalhar, eu... - ela não me deixou continuar
- Não tens que te preocupar comigo. Isto vai fazer-te bem e aos que te rodeiam, porque eu não aguento ver-te sofrer assim... E o trabalho também não vem ao caso, falas com o pai (sim, com o pai desde que saí de casa dos meus pais o Sr.Ricardo é como meu pai) e isso resolve-se.
- Eu não posso fazer isso.
- Tá bom, tens razão. Tiras férias. Fazes o que terias de fazer se fosses com o... - ela não acabou, talvez por medo de tocar nesse assunto, no nome dele, ela sabia o quão difícil era ainda falar dele, sem que as lágrimas tomassem conta de mim.
- Com o Gui. - pausei deixando as lágrimas corressem pelo rosto. Levantei-me ficando agora de pé em frente á Sara - Mas eu não posso fazer isto. Não quero, nem vou ouvir a D. Fernanda criticar-me novamente por eu estar a usar o dinheiro do filho dela e nem sei mais o quê...
- Com ele podes tu bem. Não te deixas-te ir abaixo até agora e não é agora que o vais começar a fazer. Mas a decisão é tua, és tu que tens de decidir o que é melhor para ti, eu só dei a minha opinião - levantou-se e saiu do quarto sem dizer nada nem fazer mais nada.
Pensei, pensei e repensei e depois de muito tempo entre pensamentos tomei uma decisão
Saí do quarto e procurei a Sara para lhe dizer o que tinha decidido, fui encontra-la no quarto e mal entrei no quarto, falei....



Desculpem o atraso no capitulo, mas aconteceram umas coisas que
me deitar muito abaixo....Mas aqui está o novo capitulo.
Qual será a decisão da Cátia? Será que ela vai para Londres?
Será que ela vai ficar e enfrentar a D.Fernanda?
Esperem o próximo capitulo ainda antes da passagem 
de ano...
Beijos..
P.S. visitem a minha outra fic:aluzdosteusolhosiluminamomeuolhar.blogspot.com/ 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Capitulo 3 - "A despedida... A surpresa"

Eu não queria despedir-me dele eu queria-o comigo, eu queria o Gui ao meu lado pró que der e vier mas...mas ele já não está entre nós. Levantei-me e a parte dolorosa aconteceu... A despedida...
- Meu amor, isto é doloroso, eu não consigo despedir-me de ti, dói demais ter de o fazer... mas não há volta a dar - toquei-lhe no rosto - Gui eu amo-te, tu sabes disso, eu quero-te aqui comigo, impossível...Gui o tempo que passamos juntos foi o tempo mais feliz da minha vida, conhecemo-nos à 3 anos e à um ano que namoramos, muitos haveriam de vir senão fosse esta terrível tragédia. - toquei-lhe novamente o rosto e depois peguei-lhe nas suas gélidas mãos - Gui estejas onde estiveres, estarás sempre no meu coração. - pousei - Amo-te meu amor...serás o meu anjinho no céu, para sempre. - dei-lhe um beijo suave nos lábios e logo de seguida a Diana abraçou-me.
Saímos dali e sentamo-nos num banco num jardim que tinha na frente à igreja. tínhamos acabado de nos sentar quando a D. Fernanda apareceu ao pé de nós.
- O que está aqui a fazer? Já não bastou o que fez ao meu filho? - disse com rancor na voz
- Mãe chega... estamos no funeral do Gui e depois estou farta de você andar a dizer que a Cátia não era mulher para o Gui, você queria aquelas pindericas das filhas das suas amigas  que não tem senão areia naquela cabeça... Chega de a culpar da morte do Gui, ninguém teve culpa. Eles amavam-se e você sabes disso, só que meteu na cabeça que ela não era mulher para ele só por não ter dinheiro e um nome conhecido, chega mãe, chega! - Fiquei perplexa a olhar para a Diana
A D. Fernanda saiu sem nada dizer, virou costas a mim a à Diana.
- Desculpa Cátia à cena que assististe, mas eu já não aguento a minha mãe.
- Não tens de pedir desculpa. Eu é que te tenho de agradecer por me defenderes da tua mãe. - abracei-a
- Não agradeças, tu sabes que eu gosto muito de ti e o meu irmão amava-te
- Obrigado... - pousei e tentei controlar o choro - Querias falar comigo?
- O meu irmão preparou-te uma surpresa para ti, parte dessa surpresa está comigo, a outra estava com ele no carro. - eu não estava a perceber nada e as lágrimas eram muitas, tanto minhas como dela e ela continuou - Eu fui a única que tive acesso á roupa e aos pertences dele, e retirei a parte da surpresa que ele te queria fazer...e acho que és tu que deves ficar com isto, já que era para ti.
Depois de dizer isto entregou-me um envelope e uma pequena caixa de veludo vermelha.
- O que é isto? - eu peguei no envelope e comecei a abri-lo.
O envelope continha dois bilhetes de avião para Londres, com estadia em um hotel, durante um mês, com tudo pago.
- Diana ele preparou isto tudo? - perguntei de novo a chorar
- Cátia, durante 2 semanas ele andou a preparar esta viagem para vocês os dois, está tudo pago...eu aconselho-te a ir para te distraíres... e caixa...Cátia a caixa contém um anel de noivado, o meu ia-te pedir em casamento - o meu choro tornou-se incontrolável.
Se a viagem já me tinha deixado destroçada, a noticia do pedido de casamento tinha-me deixado ainda pior.
- Porque é que ele morreu, porquê Diana? - Ela abraçou-me e choramos as duas
- Cátia vai para Londres este mês que o meu irmão te preparou, vai fazer-te bem, sair daqui durante uns tempos, distrai-te - ela levantou-se e beijou-me a testa - eu agora tenho de ir, o Simão está à minha espera, vou para o Norte hoje, vou passar lá uns tempos, mas liga-me linda...Adeus Cátia - beijou-me o rosto, abraçou-me e foi embora.
Eu fiquei ali sentada a pensar no que a Diana me tinha dito. Será que devia fazer aquela viagem? Será que me vai fazer bem? ... Que confusão. Queria puder ter o apoio da minha mãe, mas depois de tudo o que se passou entre mim e os meus pais, sou incapaz de lhes ligar. Fui interrompida pela Sara a dizer para irmos embora, o Gui ia ser cremado e só a família podia lá estar, neste caso só ficaram a D. Fernanda e o Sr. João. Fui todo o caminho a pensar no que iria fazer daqui para a frente.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Capitulo 2 - "O dia infernal"

O médico pediu para nos sentarmos...
- Os ferimentos foram muito graves, tentamos de tudo, mas... - ele pousou - não conseguimos, o Guilherme entrou em varias paragens cardíacas durante a cirurgia - ele levantou-se da cadeira em que estava sentado ao nosso lado - Lamento!
Dito isto afastou-se, aquelas palavras foram como se me tivessem tirado algo de dentro do meu coração, como se me tivessem tirado algo de dentro de mim e tiraram, tiraram o meu amor!
- Não pode! - disse chorando descontroladamente novamente abraçada á Sara
- Calma amor. Vai ficar tudo bem. - dizia a Sara chorando também
- Tiraram-me o Gui Sara....
- Eu sei amor. Eu sei - disse nostálgica
- A culpa é toda tua. - disse a mãe dele chorando-me acusando-me do que tinha acontecido
- Mãe! - intrometeu-se a Diana numa tentativa falhada de fazer a mãe para com a acusação sobre mim
- Não Diana. Se ele não tivesse ido ter com ela não teria tido este maldito acidente... O Guilherme fazia tudo por ela, e ela nunca lhe soube agradecer. Para ele o mundo girava em torno dela, e ela nunca o viu como um simples namorado, sem importância. Ela nunca o amou.
- Isso não é verdade - gritei mas a minha voz quase se sufocava com o meu choro incontrolável
- A culpa é toda tua. Tu mataste o meu filho.
Já não conseguia falar... não tinha forças.
- Fernanda...vamos embora - disse o senhor João (o pai do Gui) enquanto abraçava a mulher e caminhava em direcção á porta de saída e a Diana acompanhava-os
O meu choro intensificou-se como se fosse possível chorar ainda mais desesperadamente...
- A culpa não é tua, Cátia....
- É... ela tem razão - sentei-me novamente na cadeira
- Não, não tem - ela ajoelhou-se á minha frente - Olha para mim. - disse levantando o meu rosto, de modo a que a encarasse olhos nos olhos - Tu não tens culpa, não podias adivinhar. Se aconteceu é porque tinha de ser.
- Mas se... - nem me deu tempo de acabar de falar.
- Cátia, foi uma tragédia, sim foi...mas ninguém teve culpa
- Se eu não tivesse insistido no jantar, ele ainda estava aqui...eu tenho culpa Sara
- Oh Cátia... Vamos embora, não estamos cá a fazer nada ... tens de descansar - disse Sara numa tentativa de me tirar do hospital, mas eu queria ver o Gui, eu tinha de o ver
- Eu tenho de o ver sara, eu tenho de ver o Gui...eu não saio daqui sem o ver - disse de uma forma descontrolada
- Isso faz-te mal, vamos tens de descansar Cátia...Amanha no funeral vais vê-lo, mas agora vamos embora - disse tentando convencer-me e consegui o cansaço apoderou-se de mim
A sara conduziu-me até ao exterior do hospital  e fomos para casa, dentro do carro o silêncio era aterrador, só se ouvia o som do meu choro... Em 20 minutos chegamos a casa, eu entrei e segui logo para o quarto, tirei o vestido e vesti uma t-shirt do Gui e deitei-me na cama a chorar. a Sara veio ao meu quarto e deitou-se ao meu lado e abraçou-me, amanha o dia ia ser doloroso, eu tinha de descansar.
No dia seguinte acordei e a Sara já não estava comigo, calcei os chinelos e fui para a cozinha, sitio onde a Sara devia estar, mas não a encontrei...encontrei no lugar dela um bilhete em cima da bancada da cozinha"Bom dia minha linda, fui comprar pão para o pequeno almoço às 9:30horas estou em casa, beijos até já".
Ainda eram 9 horas, por isso deitei-me no sofá e a cara do Gui veio-me á mente e comecei de novo a chorar, queria ir ao funeral, mas tinha medo do que a D. Fernanda podia dizer, mas também ela não devia ter coragem de fazer escândalo no funeral do próprio filho...mas eu também não sabia a que horas era o funeral por isso liguei á Diana.
- Diana? - perguntei
- "sim, Cátia és tu?"
- Sim diana...era só para perguntar a que horas é o funeral, queria ir, pelo menos para ver o teu irmão uma última vez - o meu choro tornou-se incontrolável
- "Oh minha linda não cores - disse ela tentando conter o choro também - o funeral é as 5 e meia."
- Obrigado Diana, até logo
- "Até logo linda"
A sara chegou a casa e veio ter comigo e ao ver-me chorar abraçou-me. Tomamos o pequeno, eu mal comi parecia que tinha um nó na garganta e não conseguia engolir nada...ficamos toda a manhã em casa, eu só chorava, a Sara foi uma grande amiga ficou comigo toda manha. Chegou a hora de almoço e quase que fui arrastada pela Sara para a cozinha. Fiz-lhe a vontade, sentei-me á mesa com ela, mas fiquei simplesmente a mexer a comida que tinha no prato á minha frente e a chorar, o choro que não me abandonou ainda... Sei que  a Sara queria falar e dizer algo, pelo menos que fizesse com que parasse de chorar, mas foi incapaz de o fazer, talvez por estar também abalada e saber que eu estava pior.
Depois do almoço dirigi-me para o quarto, peguei num álbum de fotografias, sentei-me na cama e comecei a vê-lo. Chorava cada vez mais, a cada página virada, a cada fotografia dela, a cada memória, cada momento que nunca mais vou poder ter, porque já não o tenho a ele.
- Amor! - acordei coma Sara a chamar-me, abri os olhos
- Adormeci!? - sentei-me na cama e vi todas aquelas fotografias - Que horas são? - perguntei assustada e tentando ver as horas
- Calma, são 4 horas, vim acordar-te por isso
- Temos de nos despachar, ainda tenho de tomar banho e vestir-me, por isso temos pouco tempo.
- Calma Cátia, ainda temos muito tempo - disse a Sara tentando reconfortar-me.
Ela saiu e eu fui tomar banho vesti uma roupa toda escura, coloquei um pouco de maquilhagem para esconder um pouco os olhos vermelhos e as olheiras.

Já eram quase 5 horas, chamei a Sara e dirigimo-nos à igreja onde se iria realizar o funeral. Passados 15 minutos chegamos lá... já lá estava muita gente. A família do Gui era uma família de nome, por isso estava lá muita gente de todos os cantos do país. Entramos dentro da igreja e eu já estava a chorar, queria ver o Gui, eu tinha de o ver...
- Oh Sara eu tenho de o ver...mas vê-lo ali deitado, saber que nunca mais o vou beijar.Ai Sara...dói tanto... - disse á Sara abraçando-a e chorando de uma forma incontrolável
- Oh minha linda, está tudo bem, eu estou aqui contigo...
Senti dois braços a puxarem-me, era  a Diana e o Simão, o melhor amigo do Gui e namorado da Diana...
- Cátia, minha querida... - abraçou-me - tu queres ir vê-lo não é minha linda? - perguntou a Diana, ela tinha 30 anos, era muito bonita mas aparentava ter muito menos - anda comigo Cátia... - pegou-me na mão e levou-me com ela
Sabia aonde ela me conduzia, levava-me ao Gui...aqueles 5 metros pareciam quilómetros, o meu coração começou a a ficar muito apertado...chegamos...o meu Gui ali deitado...
- Amor... - não consegui dizer mais nada... Caí...ajoelhei-me, eu não aguentava vê-lo assim, o meu Gui...
- Cátia - a Diana chamou-me, mas eu não reagi, eu só queria o gui, eu só queria tê-lo comigo - Cátia despede-te dele, temos de ir, eu tenho de falar contigo...

O que será que a Diana quer falar com a Cátia?
Esperem pelo próximo capitulo, será em breve